sexta-feira, 8 de março de 2013

Rumo ao norte, chegando em Haridwar!

Bom Dia!
Namastê!
Hoje estamos saindo realmente cedo para os padrões indianos! Tudo aqui começa a funcionar por volta das dez horas da manhã, hoje, oito horas, nosso próximo motorista, Mr. Thapa,  já estava a nossa espera. Não sei se já contei, mas Mr. Thapa foi indicação de Mr. Shiam, nós o contratamos diretamente, sem intermédio do hotel, para ir conosco para o Norte e, com isso, economizamos alguns dólares!
Nosso caminho para o Norte  começou com uma surpresa emocionante! Haridwar e Rishkesh, são as primeiras cidades por onde o ganges passa quando desce do Himalaya e alcança a planície, a água lá é limpíssima, cristalina e gelada. Assim, peregrinos de toda Índia vão até Haridwar para buscar a água sagrada e levar para suas casas. Acredita-se que a água do ganges, que lá é limpa, pode realizar muitos feitos, como curar doenças e abençoar pessoas, além disso, os hindus dizem que a água permanece sempre fresca, independe da temperatura ambiente. Desta forma, ao longo de todo nosso trajeto, cruzamos com peregrinos carregando potes de água sagrada, os quais são colocados em um espécie de andor,  como os que os católicos carregam imagens de santos, só que nos padrões indianos. Vale dizer que eles voltam a pé, normalmente descalços! É muito bonito de se ver e emocionante também... demonstrações de fé!  Em um certo momento, o Dani perguntou pro Mr. Thapa porque as pessoas faziam isso... ele, primeiro pensou, depois respondeu que era simplesmente para os deuses, ou seja, pela fé!
A surpresa número dois foram as plantações e os caminhões de cana de açúcar... eles vão tão carregados pela rodovia que não é possível sequer ver as rodas de alguns!
Por fim, a surpresa número três diz respeito às propagandas. Como estamos nos aproximando da fronteira com o Paquistão, alguns outdoors mostram propagandas onde indianos e paquistaneses convivem em paz! Muito bacana!
Fim do caminho, chegamos em Haridwar a tarde, fizemos check in e fomos conhecer a cidade. Mr. Thapa nos acompanhou até a principal ghat, onde há bolsões para banhos e acontece a aarti no final da tarde. Sabendo onde era, voltaríamos depois, pois estávamos com muita fome para apreciar qualquer coisa! Fomos a um restaurante local, Mr. Thapa pediu nossa comida, pois Haridwar não é uma cidade turística (para estrangeiros) e quase ninguém fala inglês! Almoçamos e nosso motorista nos deixou, agora éramos nós dois e a cidade!
Antes de apreciar o ganges por aqui, nos tínhamos uma questão pra resolver. Acontece, que em uma compra que fiz, eu ganhei dois meses de internet móvel gratuita e nós precisávamos habilitar, como tínhamos visto uma loja da tal empresa por perto, a saber, Vodafone, resolvemos ir lá. Chegamos, informei  da promoção que ganhei, o atendente concordou, pediu meu passaporte, tirou um cópia e começou o transtorno! Ele queria um endereço na Índia, expliquei que sendo turista estrangeira eu obviamente não tinha um endereço na Índia! Depois de muito custo, ele aceitou o endereço do hotel. Depois, ele queria uma foto, expliquei que não tinha uma e perguntei se não podia ser digital... ele chamou o gerente, que repetiu todas as informações... eu também repeti e ele disse "preciso da foto, providencie!" Hare Baba! Saímos pedindo informações sobre onde tirar foto... sem sucesso, todos os lugares estavam fechados! Voltei e agora a foto podia ser digital! Vai entender! Depois desta odisséia, foi só preencher vários formulários com as mesmas informações e quase duas horas depois, estava tudo pronto! Claro que a internet só funcionaria depois de 24 horas! Um ótimo exemplo do jeito indiano de fazer as coisas!
Problema resolvido, voltamos para ghat.
O rio foi desviado em Haridwar de forma que passa por um canal que corta a cidade e que nas margens possui grades e correntes para que as pessoas possam segurar, já que o rio aqui está descendo e vem com muita força. Quando está muito cheio, na época das moções ou quando a neve do Himalaya está derretendo,  as comportas do canal são abertas para que o excedente de água passe por onde era o curso original do rio.
É impressionante como mesmo a água estando muito gelada e já sendo fim de tarde, muitas pessoas tomavam banhos! Aqui, só vimos pessoas tomando banhos rituais, na maioria homens. Outros homens, aqueles peregrinos de que falei a pouco, também se encontravam às margens do rio, banhando-se, enchendo seus recipientes de água sagrada, arrumando com carinho e capricho em seus andores enfeitados e aguardando a benção de homens santos para que seguissem viagem. Existe todo um ritual de preparação dos peregrinos para retornar à suas casas com a água sagrada, eles cantam mantras, dão algumas voltas ao redor do andor quando este ainda está no chão, andam também ao redor dos andores dos colegas e, por fim, se alinham para receber às bênçãos. Seria possível passar horas observado isso, de tão emocionante que é!
Depois da aarti, muitas pessoas ainda permanecem na beira do rio para fazer suas orações e colocar os seus barquinhos na água, como em Varanasi e, praticamente todos levam uma garrafinha de água pra casa. Também como em Varanasi, o comércio aqui é movido pela fé! Existem muitas fábricas de andores na cidade e uma porção de lojas onde se pode comprar os mais variados artigos para enfeitar os andores. Também existem dezenas de lojas que vendem recipientes para armazenar a água sagrada, há recipientes de todos os tamanhos, desde 5 ml até garrafões de 5 ltrs e, se você quiser maior, certamente eles arranjam! Há também lojas de imagens dos deuses, incensos, doces, tecidos laranjas, e tudo mais que você puder imaginar. Apesar disso, os vendedores aqui não ficam insistindo para que você entre nas lojas, é tudo muito tranquilo! Também não há muita barganha, diferente de todos os outros lugar da Índia que já conhecemos, aqui a maioria das coisas tem preço fixo, é mais barata do que em outros lugares e sem muita discussão, gostou bem, não gostou amém!
Dia acabado, hora de descansar que amanhã tem mais e vamos pegar mais um pedacinho de estrada para ir até Rishkesh!
Boa noite.
Namastê!

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